sexta-feira, 28 de julho de 2017

ENCONTRO DA AME TEM OFICINA DE FABRICAÇÃO DE LÂMINA DE CERA E APRESENTAÇÃO SOBRE FORÍDEO.

No encontro de julho, no dia 15, mantivemos a feirinha e o também já tradicional lanche compartilhado, que ocorrem desde a nossa Assembléia de Fundação e, é claro, conversamos muito sobre abelhas.

Na reunião, nosso o Associado e Engenheiro Ambiental, Ricardo Braga apresentou uma pesquisa que fez sobre os trabalhos realizados sobre essas moscas, além das metodologias utilizadas no combate a essa, que é a pior praga da meliponicultura, depois dos humanos, é claro.
Ricardo Braga 
Na mesma oportunidade, Rogério Caldeira do Emparede Arte Contemporânea foi facilitador de uma oficina de fabricação de lâminas de cera. Os associados presentes produziram as lâminas e puderam trocar opiniões e experiência de como se usar a cera bruta de apis junto com a cera ou atrativo de abelhas nativas para adiantar o crescimento das colônias, fornecendo também na forma de potes de alimento e invólucro para os discos de cria.  
Rogério Calderia (AME -ES e Emparede)
,
Os associados e seus dependentes puderam praticar


Com a cera e cerume é possível construir potes artificiais

E as lâminas realmente agradam. Em nossa visita de acompanhamento das abelhas do Programa de Meliponicultura e do nosso meliponário no Projeto Tamar, em regência, e também em Entre Rios, oferecemos para as aabelhas. Principalmente as jataí gostaram muito da oferta - formaram aglomerados retirando o material oferecido externamente.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

CONSULTA SOBRE A MELIPONICULTURA CAPIXABA

Na reunião mensal no mês de junho, os associados puderam debater a formatação do Regimento interno da AME - ES. Na mesma oportunidade, foi atendido o pedido dos associados que desejavam um debate amplo sobre uma questão bastante polêmica na atividade, que é a situação da criação preservacionista  da espécie Melipona capixaba, em relação com eventuais criatórios da espécie Melipona Scutellares no Estado do Espírito Santo.

Isso em um contexto em que está acertada alteração na legislação, reconhecendo os casos em que já há o exercício, no Brasil, de meliponicultura envolvendo espécies de áreas de ocorrências distinta de locais onde estão estabelecidos alguns meliponários.

O resultado da consulta servirá como parâmetro para futuras oportunidades de se propor alterações em normas jurídicas e, principalmente, como sugestão de condutas a serem seguidas pelos meliponicultores, uma espécie de "acordo de cavalheiros¨:

   
CONSULTA PÚBLICA SOBRE A CONSERVAÇÃO DA MELIPONA CAPIXABA (URUÇU CAPIXABA) E MANEJO PREVENTIVO DA MELIPONA SCUTELLARIS (URUÇU NORDESTINA) NO ESTADO   DO   ESPÍRITO SANTO.

Considerando a importância das abelhas e a reduzida população na natureza, entendem os criadores que estiveram presentes, que se deve reivindicar o reconhecimento oficial da meliponicultura para preservação das espécies, como atividade de utilidade pública e ambiental, e manifestam:
1. Quanto a Uruçu Capixaba:
I - Favoráveis a criação, venda e o transporte de colônias e discos da espécie Melipona       capixaba, no Estado do Espírito Santo, em altitudes a partir de 600 metros, com temperaturas médias anuais em torno de 18-23ºC e cobertura vegetal do tipo Floresta Ombrófila Densa e   Floresta Ombrófila Aberta.
II – Reconhecem como útil, a permissão para criação para fins científicos fora da área citada acima, desde que a pesquisa seja devidamente justificada, com fins específicos, e autorizada pelos órgãos competentes
III - Que todo criatório da espécie, devidamente cadastrado nos órgãos competentes apresente, não mais que relatório anual sobre o plantel.
 IV - Recomendação aos meliponários autorizados a criar a espécie Melipona capixaba a deixar 1/5 das colônias sem manejo, para possibilitar enxameamento para a natureza, de preferência em área legalmente protegida.
V - Pela facilitação do processo de emissão de GTA, com simplificação do procedimento de        remessa de todas as colônias dispersas, para locais que se enquadrem no item I.
I. 2.  Quanto a Uruçu Nordestina:  
VI - Contrários a criação e a venda de colônias e discos da espécie em locais, no Estado do Espírito santo, com altitudes a partir de 600 metros, com temperaturas médias anuais em torno de 18-23ºC e cobertura vegetal do tipo Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila  Aberta.
VII - Pela facilitação do processo de emissão de GTA e demais procedimentos de remessa de             colônias de Melipona scutellaris para fora das áreas de restrição no Estado do Espírito santo.          

Criadores propõem regras para manejo de abelha sem ferrão



Publicado Por Século diário:
http://seculodiario.com.br/34739/10/criadores-propoem-regras-para-manejo-de-especie-capixaba-de-abelha-sem-ferrao


Ganham as abelhas, ganha a Mata Atlântica, ganham as lavouras, ganham os meliponicultores, ganham os jardins e hortas urbanas, ganham os consumidores. Criar abelhas sem ferrão (ASF) é uma atividade que só traz benefícios. Tem crescido e, por isso, precisa de regulamentação própria.

Com a meta de propor regras específicas para o manejo da Melipona capixaba, a Associação de Meliponicultores do Espírito Santo (AME-ES) realizou consulta pública no último dia 24 de junho. O objetivo é favorecer a sua conservação, visto que a Melipona é endêmica do Espírito Santo – só ocorre aqui e em nenhum outro lugar do planeta – e classificada como "em perigo" na lista vermelha nacional.

A ordenação legal da atividade é urgente. A Resolução nº 346/2004, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), é a principal norma legal a orientar minimamente o manejo das Meliponas no Brasil, mas não faz qualquer direcionamento para as especificidades da espécie capxiaba.

Tampouco há legislação estadual ou mesmo um único meliponário licenciado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Cresce, no entanto, o interesse dos capixabas, seja para como hobby e terapia, seja pelo seu potencial econômico.

Das cerca de 300 espécies de ASF brasileiras, 45 delas, aproximadamente, ocorrem no Espírito Santo. Mas os números são subestimados, ressalva o engenheiro agrônomo Ricardo Braga, e membro da AME-ES. A entidade foi criada em agosto passado e reúne cerca de 50 meliponicultores.

Serviços ambientais 

“Nossa meta é reconhecer as ASF como prestadoras de serviços ambientais diretos e indiretos, bem como reconhecer o Meliponicultor comercial, hobbysta ou conservacionista, como um parceiro na conservação do meio ambiente local e regional, em função dos relevantes serviços ambientais prestados pelas abelhas nativas sem ferrão”, explana Ricardo.

Os associados da AME-ES criam, em meliponários urbanos e rurais, aproximadamente 23 diferentes espécies de abelhas sem ferrão. Especificamente da M. capixaba, sabe-se que existem apenas dois meliponicultores conservacionistas.

A espécie vive em uma região muito pequena – possivelmente a menor área de ocorrência dentre todas as abelhas sem ferrão – estando restrita à Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Aberta, duas fitofisionomias da Mata Atlântica, numa altitude preferencial acima de 600 metros e temperatura média anual entre 18º e 23º, na região serrana do estado, limitando-se com o Caparaó. Há suspeitas de que ela seja originária também do Caparaó, ou que pode ser levada a povoar a região com sucesso, devido às semelhanças de clima, geografia e características da floresta.

Respeitar essa área de ocorrência – para a criação, venda e transporte de colônias e discos – é uma das proposições levantadas na consulta pública da AME-ES. Fora desse polígono, somente a criação para fins científicos, desde que autorizada pelos órgãos competentes.

Hibridação e outras ameaças

A AME-ES também propõe que o produtor deva deixar um quinto das colônias sem manejo de divisão ou coleta de mel, para possibilitar enxameamento para a natureza, de preferência em área legalmente protegida. Entre outras recomendações.

A Uruçú Nordestina (Melipona scutelaris) foi outra espécie alvo dos estudos da AME-ES, visando evitar sua expansão no território capixaba e consequente hibridação com a Uruçú capixaba, o que é uma das principais ameaças à espécie endêmica do Espírito Santo. Nesse sentido, a principal recomendação é pela proibição de criação e venda de colônias e discos da M. scutelaris nos locais onde ocorrem e onde se propõe expandir a ocorrência da M. capixaba.
Outras ameaças à Uruçu capixaba são o desmatamento, os agrotóxicos e transgênicos e a retirada dos ninhos na natureza, além da “legislação castradora”, que inibe a expansão da meliponicultura responsável.

Ricardo ressalta que, pelo fato da espécie estar em risco de extinção, boa parte da diversidade genética existente está nos meliponários. “Portanto as colmeias nos criadouros são importante fonte de variabilidade genética para a reintrodução em áreas de conservação”, diz.

Todo mundo ganha

A meliponicultura traz benefícios não só para as próprias abelhas sem ferrão, mas também para a floresta, os produtores os consumidores, as lavouras e as hortas e jardins urbanos.

As ASF são as principais polinizadoras da Mata Atlântica, sendo que algumas espécies de árvores são polinizadas exclusivamente por uma única espécie de ASF. As Apis, abelhas europeias e africanizadas, pousam sobre as flores, conta Ricardo, mas não necessariamente a estão polinizando. Além disso, por serem mais agressivas e predadoras das nativas, essas abelhas exóticas acabam prejudicando duplamente o potencial de polinização das espécies da Mata Atlântica.

Quanto às lavouras, no campo, e mesmo as hortas e jardins urbanos, a polinização promovida pelas abelhas nativas, sem ferrão, também melhora enormemente a produtividade e a qualidade dos grãos, frutos, flores ou outros itens produzidos.

Finalmente, o ser humano se beneficia de várias formas do manejo das gentis Meliponas. Como hobby, lazer ou terapia, a meliponicultura é excelente. Para o consumidor, o mel produzido é de qualidade superior, seja pelo sabor, valor nutricional – mais nutrientes e menos açúcar – seja em função das propriedades medicinais - cura e prevenção de diversas doenças.

Financeiramente também a atividade é um excelente negócio, pois o mel das jataís e uruçús é muito valorizado no mercado, cuja demanda só cresce e os preços estão em torno de R$ 100,00 a R$ 150,00 o litro.

Regulamentação 

As propostas para regulamentação da criação da Melipona capixaba, elaboradas durante a consulta pública da AME-ES no dia 24 de junho, serão enviadas para os órgãos regulamentadores em nível federal, estadual e municipais.

Outros coletivos de Meliponicultores, em nível federal, também deram primeiros passos visando a regulamentação da atividade, a partir de 2012, com propostas que devem ser encaminhadas para o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) nos próximos meses. 

quinta-feira, 20 de julho de 2017

REUNIÃO DE MAIO, 2017 - Alimentação, GTA e Tumida

     No último mês de maio, a reunião da AME -ES foi bastante produtiva, com diversificação de temas. Considerando a entrada do inverno, foi realizada uma oficina sobre alimentação artificial, tendo como facilitador o associado Judismar Barbosa, o júlio. Foi conversado sobre alimentação artificial para fortalecimento e produzido bombom de pólen.

Produção de bombom de pólen.
- Trasporte de abelhas e besouro Aethina Tumida:
     No mesmo dia, recebemos a gentil visita de Flaviane Castro de Faria, Técnica do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF). Ela participou com duas falas, quando esclareceu questões envolvendo o transporte de nossas abelhas, responsabilidade do IDAF, e sobre os riscos da chegada do besouro Tumida.

Flaviane Castro de Faria 
Foi uma boa oportunidade para saber como transportar legalmente, mas também para fortalecer a convicção de que é necessário trabalhar muito para facilitar - e o caminho é árduo, já que o manejo de transporte de animais silvestres sofre de restrições impostas pela legislação federal.
Aproveitamos para fazer algumas perguntas sobre o tema:  

1 - O que é necessário para o cadastro?

- São necessários documentos pessoais (identidade, CPF e comprovante de endereço) e um documento que comprove a posse da terra (escritura da terra, documento de compra e venda, contrato de arrendamento). O cadastro deve ser realizado no município onde estão localizadas as colmeias. Após o cadastro, a emissão da GTA poderá ser feita em qualquer escritório do Idaf.
Nos municípios de Vitória e Cariacica o Idaf não possui unidades de atendimento ao público, nesses casos, o atendimento poderá ser realizado em Vila Velha ou Serra.
2 - Pessoa jurídica também pode se cadastrar?

- Sim, pode.
3 - O cadastro também possui valor de Licenciamento Ambiental?

- Não, não possui. Esse cadastro é na área da defesa sanitária animal, ele é importante para conhecermos onde estão localizadas as colmeias, e é o primeiro passo para qualquer programa sanitário de erradicação e/ou controle de qualquer doença/praga. Em casos de foco a localização das colmeias é fundamental para que possamos definir as estratégias de controle da doença/praga.  
4 - Como devemos fazer para transportar? 

- Os produtores/criadores de deverão ter o cadastro no Idaf. A GTA só é emitida para produtores/criadores cadastrados. Será emitida uma GTA da origem para o destino. Será emitida uma GTA para cada origem.
O produtor que irá receber também deverá ter cadastro no Idaf para conseguirmos emitir a GTA, mesmo que ainda não tenha nenhuma colmeia.
Se o enxame for mudar de proprietário: 
A GTA sairá do nome do produtor/criador (que envia), e no destino terá todos os dados do produtor/criador recebedor (CPF, nome, nome da propriedade/estabelecimento, código estabelecimento, município e UF).
Se o enxame não for mudar de proprietário, for apenas ao evento e depois retornará para a origem:
Nesse caso serão duas GTAs. A primeira produtor/criador de Santa Cruz, por exemplo, para Linhares e a segunda do retorno desses animais de Linhares para Santa Cruz.
Nesse caso, no campo destino serão necessários os dados do CPF e nome do produtor/criador das abelhas de Santa Cruz (será o mesmo, tanto na origem, como no destino) e os demais dados (nome da propriedade/estabelecimento, código estabelecimento, município e UF) serão da propriedade de Linhares. Essa GTA será emitida antes do transporte das abelhas e deverá acompanhar os animais durante todo o trajeto.
A GTA de retorno deverá ser emitida no escritório de Linhares, se o retorno for na segunda-feira e lá não for feriado. Se forem retornarem no domingo, explique a situação no escritório onde for fazer a GTA e solicite documento - GTA de ida e volta.

Por João Luiz 

segunda-feira, 17 de julho de 2017

MELIPONARIO EXPERIMENTAL VALE DO MULEMBÁ

No dia 07/06/2017 foi instalado o Meliponário Experimental da AME-ES em parceria com a Prefeitura de Vitória, no Parque Natural Municipal Vale do Mulembá. 
No local onde será construída a infra estrutura do Parque foi montado um pequeno meliponário para polinização, educação ambiental e formação em meliponicultura. 
Na oportunidade os visitantes puderam aprender sobre as abelhas nativas. Foram construídas iscas que foram distribuídas e espalhadas na área do Parque Natural Vale do Mulembá.

  








As colonias instaladas estão sendo acompanhadas e o resultado do desenvolvimento delas servirá para analisar o potencial do local para receber mais enxames, e definir o porte do futuro Meliponário Municipal. 

E os indicativos estão muito bons como pudemos verificar ao fazer uma rápida revisão em pleno inverno: se encontram bastante ativas